segunda-feira, 4 de junho de 2007

Impacto das comunidades de aprendizagem na educação e formação ao longa da vida

O emergir de comunidades de aprendizagem virtuais, através do recurso a ferramentas colaborativas que se encontram disponíveis na Internet, pode de facto ser uma mais valia para a educação e formação ao longo da vida e para a aquisição de competências ligadas á inovação e à mudança.
É fundamental que a educação e formação não se preocupe só com a transmissão de conteúdos, mas sim que promova o desenvolvimento de capacidades de liderança, vontade de inovar e aprender colaborativamente.
O papel das tecnologias interactivas e comunicativas é “favorecer a construção de colectivos inteligentes em que as potencialidades sociais e cognitivas de cada um poderão desenvolver-se e ampliar-se mutuamente” ( Lévy, 1994, p. 45).
Segundo Harasim et tal (1997) a interacção via redes de comunicação ajuda a quebrar as barreiras de comunicação e as inibições que ainda hoje se verificam nas trocas de ideias que ocorrem em salas de aulas tradicionais. As comunidades que se ligam às novas tecnologias têm à sua disposição um conjunto de factores facilitadores no processo de construção de conhecimento.
A educação e formação ao longo da vida é fundamental para podermos acompanhar o ritmo a que as mudanças ocorrem e que se fazem sentir. Cada vez mais há necessidade de se ter acesso a formação ao longo da vida por se tratar de acompanhamento de mudanças, sobretudo as ligadas às novas tecnologias pois ocorrem a uma velocidade enorme.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Os processos colaborativos nas comunidades de aprendizagem em rede

A web proporciona à educação uma aprendizagem colaborativa, ou seja uma aprendizagem que exige uma intermediação humana, como por exemplo os professores, que nos ensinam a construir o conhecimento. Possibilita criar metodologias adaptadas ao perfil de cada aluno e aos contextos de aprendizagem, permitindo uma combinação dos ambientes presenciais com os ambientes à distância.
“A aprendizagem colaborativa pode definir-se como um conjunto de métodos e técnicas de aprendizagem para utilização em grupos estruturados, assim como de estratégias de desenvolvimento de competências mistas (aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social), onde cada membro do grupo é responsável, quer pela sua aprendizagem quer pela aprendizagem dos restantes elementos. “
“A aprendizagem colaborativa destaca a participação activa e a interacção, tanto dos alunos como dos professores. O conhecimento é visto como um constructo social e, por isso, o processo educativo é favorecido pela participação social em ambientes que propiciem a interacção, a colaboração e a avaliação. Pretende-se que os ambientes de aprendizagem colaborativos sejam ricos em possibilidades e propiciem o crescimento do grupo.”
Elementos básicos da aprendizagem colaborativa:
- Interdependência do grupo;
- Interacção;
- Pensamento divergente;
- Avaliação.

Vantagens da aprendizagem colaborativa:
- Dinâmica do grupo: possibilita alcançar objectivos qualitativamente mais ricos em conteúdo, na medida em que reúne propostas e soluções de vários alunos do grupo; os grupos estão baseados na interdependência positiva entre os alunos, o que requer que cada um se responsabilize mais pela sua própria aprendizagem e pela aprendizagem dos outros elementos do grupo (aprender partilhando permite que os alunos se integrem na discussão e tomem consciência da sua responsabilidade no processo de aprendizagem); incentiva os alunos a aprender entre eles, a valorizar os conhecimentos dos outros e a tirar partido das experiências de aprendizagem de cada um; maior aproximação entre os alunos e uma maior troca activa de ideias no seio dos grupos, faz aumentar o interesse e o compromisso entre eles; transforma a aprendizagem numa actividade eminentemente social; aumenta a satisfação pelo próprio trabalho.

- Nível pessoal: aumenta as competências sociais, de interacção e comunicação efectivas; incentiva o desenvolvimento do pensamento crítico e a abertura mental; permite conhecer diferentes temas e adquirir nova informação; reforça a ideia que cada aluno é um professor (a aprendizagem emerge do diálogo activo entre professores alunos); diminui os sentimentos de isolamento e de temor à crítica; aumenta a segurança em si mesmo, a auto estima e a integração no grupo; fortalece o sentimento de solidariedade e respeito mútuo, baseado nos resultados do trabalho em grupo.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Abordagens educacionais nas comunidades de aprendizagem em rede

A comunicação educacional tem vindo a sofrer alterações significativas por conta das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação, dando origem às novas comunidades virtuais de aprendizagem. “As comunidades de aprendizagem na Web são assim espaços de simulação e construção do conhecimento, nomeadamente através da (re)criação do vínculo social com o saber na construção de uma inteligência colectiva que se expande do lugar físico para o virtual, e do modelo de informação para o do conhecimento que orientará o desenvolvimento da Educação para a Sociedade do Conhecimento.” Dias, P (2000)
As comunidades de aprendizagem em rede permitem aos utilizadores realizar trocas de informação, seja dando a sua opinião numa discussão, ou seja partilhando informação ou experiência que possa interessar aos outros utilizadores, o desenvolvimento e os caminhos da comunidade vão sendo traçados de uma forma colectiva. O conhecimento é um produto móvel e inacabado, sendo construído num contexto de trocas.
Os média do conhecimento favorecem as interacções intra e inter-grupais, o que permite aos utilizadores das TIC desenvolver aprendizagens relacionadas com os seus objectos de estudo mas também desenvolver objectivos cognitivos e sociais.
Os novos ambientes de aprendizagem, proporcionados pela utilização educacional das NTIC funcionam como centros de experiência e construção social do conhecimento e são apoiados pelos processos interactivos dos média do conhecimento, pela flexibilidade hipertexto, pelas representações distribuídas e pela aprendizagem colaborativa.
A flexibilidade hipertexto permite-nos desenvolver múltiplas ligações entre os conteúdos, o acesso é livre, interactivo e não sequencial. A autonomia e a capacidade de controlo do aluno na orientação da interacção com os conteúdos são fundamentais para que o hipertexto sirva de apoio à aprendizagem e atribua sucesso ao processo de aprendizagem. A desorientação por parte do aluno nos ambientes hipertexto, sobretudo nos mais complexos é a principal fonte de preocupação para a educação. “ Se, por um lado, a flexibilidade hipertexto constitui um meio para o desenvolvimento da multidimencionalidade da representação, por outro, poderá envolver o aluno num processo de desorientação dentro dessa multidimencioanalidade. Dias, P (2000). O aluno, por mais autónomo que seja na obtenção do seu conhecimento deverá ser orientado pelo o professor, o caminho a seguir não será imposto pelo professor, mas este pode-o ajudar a encontrar um caminho que o ajude a rentabilizar tempo e chegar onde pretende.
Pode-se dizer que o hipertexto poderá ser um instrumento para a educação e que de facto pode influenciar a aprendizagem, permitindo uma utilização individualizada e não sequencial da informação. A educação fundamentada neste propósito, não pode limitar-se a substituir o professor pelo computador e o livro pelos suportes informáticos, há um conjunto de acções que devem ser alteradas para que, o aluno construa o seu próprio saber, e tenha consciência de que ele próprio pode contribuir para a criação de novos saberes. Numa sala de aula onde esteja presente o hipertexto, com os alunos em colaboração uns com os outros, acabam aprendendo mais e através de diversas fontes. Os professores também podem utilizar o hipertexto para fins pedagógicos, recorrendo a ele na apresentação das aulas. Para alem da construção do conhecimento compartilhado, apresentasse-nos como um importante recurso para organizar material de diferentes disciplinas. A aprendizagem baseada na Web apela à autonomia e criatividade dos alunos, ao pensamento crítico e ao trabalho colaborativo.

sábado, 31 de março de 2007

Redes e contextos de educação e formação na sociedade da informação

O conhecimento é o factor competitivo crucial na sociedade da informação. A forma como lidamos com a informação será, portanto, cada vez mais importante à medida que a revolução digital vai afectando os nossos empregos e a nossa vida quotidiana. Temos de encarar as alterações da melhor forma possível por razões económicas, democráticas e sociais. A Sociedade da Informação proporcionará novas oportunidades de progresso e permitirá aos cidadãos uma participação mais activa.
“A sociedade em rede é a sociedade em que nós vivemos.” Manuel Castells. É a sociedade em que estamos a entrar, desde há algum tempo, depois de termos transitado na sociedade industrial durante mais de um século.
Um traço essencial da sociedade em rede é que se organiza globalmente e os seus níveis de desenvolvimento são muito diferentes em cada país. Nem todas as pessoas, nem todas as actividades, nem todos os territórios estão organizados segundo a estrutura e a lógica da sociedade em rede.
Os meios de comunicação que contribuem decisivamente para a formação das nossas representações colectivas, e portanto, da nossa cultura, também se caracterizam pela sua interdependência global, pelo o seu funcionamento em rede e pela sua crescente interligação, entre diferente meios, através da sua relação da Internet. Vivemos em comunicação e ligados de forma constante, mas as formas e os conteúdos dessa conexão dependem das relações entre diferente grupos de comunicação e das suas relações com as sociedade e as políticas das quais dependem.
A tarefa da educação é, assim, a de criar os contextos adequados para que as aprendizagens se possam desenvolver de modo natural.
Para Papert, o efeito positivo ou negativo das tecnologias é uma questão em aberto, dependendo muito da acção consciente e critica que venha a ser feito pelos seus utilizadores. A intenção deste autor passa a ser ao contrário de outro autor sobretudo o ambiente familiar. Merecem especial relevou as relações interpessoais entre aqueles que usam os computadores para o seus próprios objectivos - sejam adultos ou crianças, pais avos ou netos.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Democratização do acesso à informação e ao conhecimento:a educação na sociedade em rede

http://www.uminho.pt/+Bibliotecas+http://www.uminho.pt/+Bibliotecas+http://www.sdum.uminho.pt+RepositóriUM

Educação e sociedade da informação: uma perspectiva crítica sobre as TIC num contexto escolar
Autor: Maria Alexandra Nogueira Vieira

A expressão sociedade da informação é entendida como um desafio, em direcção ao qual é suposto que todos os cidadãos se mobilizem, com vista a alcançar a designada sociedade do conhecimento.
Muitos dos teóricos da sociedade da informação invocam as escolas e os sistemas educativos como parte fundamental do processo de mudança ambicionado. Tal como noutras áreas da actividade humana, a introdução das tecnologias da informação e comunicação (TIC) em contexto escolar, tem vindo a ser alvo de reflexão e análise, em relação aos impactos que elas têm e às mudanças que podem provocar no processo de ensino-aprendizagem.
Os argumentos que têm promovido a implementação das TIC nas escolas previram que estas iriam facilitar os processos de ensino e promover ganhos para todos os alunos.
Porém, as práticas dos actores educativos têm vindo a revelar que esta associação não é linear. Assim, a compreensão da generalização do uso das TIC em contextos escolares, como qualquer outra mudança em educação, exige abordagens complexas e integradoras, que permitam, por um lado, ajuizar as orientações nas suas potencialidades e limites e, por outro, alargar o conhecimento crítico desta realidade social.
O primeiro volume da Trilogia, "Sociedade em Rede - A Era da informação: Economia, sociedade e cultura", traça um cenário mediado pelas novas tecnologias de informação e comunicação – TIC’s – e como estas interferem nas estruturas sociais. O autor constrói seu raciocínio partindo da história do forte desenvolvimento das tecnologias a partir da década de 70 e seus impactos nos diversos campos das relações humanas. Demonstra como tecnologias, inicialmente impulsionadas pelas pesquisas militares, foram amplamente utilizadas pelo sector financeiros, justamente em um momento de necessidade de reestruturação do capitalismo. Aproveitando-se do processo de desregulamentação promovido pelos EUA e organismos internacionais, como Banco Mundial e FMI, o capital financeiro multiplicou sua circulação entre os diversos mercados mundiais, em movimentos cada vez menos vinculados ao processo produtivo. As tecnologias também tiveram papel fundamental na reestruturação das empresas, que puderam horizontalizar suas estruturas e, por meio de TIC’s de baixo custo, transnacionalizar a produção. Ao analisar a questão da produtividade, Castells ressalta que a introdução das novas tecnologias somente começaram a ter efeito a partir do final da década de 1990, o que justificaria a ausência de aumento de produtividade no período 1970-80. Ressalta, também, o impacto dessa reestruturação do capital financeiro e da nova sociedade organizada em rede em relação ao trabalho. Argumenta que, mais do que as novas tecnologias, as políticas empresariais e governamentais, bem como aspectos institucionais e culturais é que determinam os impactos na questão do emprego. Sustenta, ainda, que há um processo tendente à dualização do trabalho, com aumento substancial dos trabalhadores de alto nível e também de nível de menor qualificação, havendo um claro achatamento dos empregados de padrão intermediário de conhecimento e rendimento. Castells, igualmente, apresenta sua formulação teórica do que intitula "a cultura da virtualidade real", lembrando que as culturas consistem processos de comunicação e que, uma vez sendo a comunicação baseada em sinais, não há separação entre "realidade" e representação simbólica. Isso é importante para destacar que as relações humanas, cada vez mais, se darão em um ambiente multimédia, cujos impactos ainda estão por serem estudados.