sábado, 31 de março de 2007

Redes e contextos de educação e formação na sociedade da informação

O conhecimento é o factor competitivo crucial na sociedade da informação. A forma como lidamos com a informação será, portanto, cada vez mais importante à medida que a revolução digital vai afectando os nossos empregos e a nossa vida quotidiana. Temos de encarar as alterações da melhor forma possível por razões económicas, democráticas e sociais. A Sociedade da Informação proporcionará novas oportunidades de progresso e permitirá aos cidadãos uma participação mais activa.
“A sociedade em rede é a sociedade em que nós vivemos.” Manuel Castells. É a sociedade em que estamos a entrar, desde há algum tempo, depois de termos transitado na sociedade industrial durante mais de um século.
Um traço essencial da sociedade em rede é que se organiza globalmente e os seus níveis de desenvolvimento são muito diferentes em cada país. Nem todas as pessoas, nem todas as actividades, nem todos os territórios estão organizados segundo a estrutura e a lógica da sociedade em rede.
Os meios de comunicação que contribuem decisivamente para a formação das nossas representações colectivas, e portanto, da nossa cultura, também se caracterizam pela sua interdependência global, pelo o seu funcionamento em rede e pela sua crescente interligação, entre diferente meios, através da sua relação da Internet. Vivemos em comunicação e ligados de forma constante, mas as formas e os conteúdos dessa conexão dependem das relações entre diferente grupos de comunicação e das suas relações com as sociedade e as políticas das quais dependem.
A tarefa da educação é, assim, a de criar os contextos adequados para que as aprendizagens se possam desenvolver de modo natural.
Para Papert, o efeito positivo ou negativo das tecnologias é uma questão em aberto, dependendo muito da acção consciente e critica que venha a ser feito pelos seus utilizadores. A intenção deste autor passa a ser ao contrário de outro autor sobretudo o ambiente familiar. Merecem especial relevou as relações interpessoais entre aqueles que usam os computadores para o seus próprios objectivos - sejam adultos ou crianças, pais avos ou netos.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Democratização do acesso à informação e ao conhecimento:a educação na sociedade em rede

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Educação e sociedade da informação: uma perspectiva crítica sobre as TIC num contexto escolar
Autor: Maria Alexandra Nogueira Vieira

A expressão sociedade da informação é entendida como um desafio, em direcção ao qual é suposto que todos os cidadãos se mobilizem, com vista a alcançar a designada sociedade do conhecimento.
Muitos dos teóricos da sociedade da informação invocam as escolas e os sistemas educativos como parte fundamental do processo de mudança ambicionado. Tal como noutras áreas da actividade humana, a introdução das tecnologias da informação e comunicação (TIC) em contexto escolar, tem vindo a ser alvo de reflexão e análise, em relação aos impactos que elas têm e às mudanças que podem provocar no processo de ensino-aprendizagem.
Os argumentos que têm promovido a implementação das TIC nas escolas previram que estas iriam facilitar os processos de ensino e promover ganhos para todos os alunos.
Porém, as práticas dos actores educativos têm vindo a revelar que esta associação não é linear. Assim, a compreensão da generalização do uso das TIC em contextos escolares, como qualquer outra mudança em educação, exige abordagens complexas e integradoras, que permitam, por um lado, ajuizar as orientações nas suas potencialidades e limites e, por outro, alargar o conhecimento crítico desta realidade social.
O primeiro volume da Trilogia, "Sociedade em Rede - A Era da informação: Economia, sociedade e cultura", traça um cenário mediado pelas novas tecnologias de informação e comunicação – TIC’s – e como estas interferem nas estruturas sociais. O autor constrói seu raciocínio partindo da história do forte desenvolvimento das tecnologias a partir da década de 70 e seus impactos nos diversos campos das relações humanas. Demonstra como tecnologias, inicialmente impulsionadas pelas pesquisas militares, foram amplamente utilizadas pelo sector financeiros, justamente em um momento de necessidade de reestruturação do capitalismo. Aproveitando-se do processo de desregulamentação promovido pelos EUA e organismos internacionais, como Banco Mundial e FMI, o capital financeiro multiplicou sua circulação entre os diversos mercados mundiais, em movimentos cada vez menos vinculados ao processo produtivo. As tecnologias também tiveram papel fundamental na reestruturação das empresas, que puderam horizontalizar suas estruturas e, por meio de TIC’s de baixo custo, transnacionalizar a produção. Ao analisar a questão da produtividade, Castells ressalta que a introdução das novas tecnologias somente começaram a ter efeito a partir do final da década de 1990, o que justificaria a ausência de aumento de produtividade no período 1970-80. Ressalta, também, o impacto dessa reestruturação do capital financeiro e da nova sociedade organizada em rede em relação ao trabalho. Argumenta que, mais do que as novas tecnologias, as políticas empresariais e governamentais, bem como aspectos institucionais e culturais é que determinam os impactos na questão do emprego. Sustenta, ainda, que há um processo tendente à dualização do trabalho, com aumento substancial dos trabalhadores de alto nível e também de nível de menor qualificação, havendo um claro achatamento dos empregados de padrão intermediário de conhecimento e rendimento. Castells, igualmente, apresenta sua formulação teórica do que intitula "a cultura da virtualidade real", lembrando que as culturas consistem processos de comunicação e que, uma vez sendo a comunicação baseada em sinais, não há separação entre "realidade" e representação simbólica. Isso é importante para destacar que as relações humanas, cada vez mais, se darão em um ambiente multimédia, cujos impactos ainda estão por serem estudados.